A proposta da oficina é incentivar jovens e adultos a produzir textos e a refletir sobre sua maneira de escrever. Neste sentido, a oficina desmistificará o ato da escrita, transformando-a num processo centrado na reflexão sobre o assunto, sobre a forma textual adotada, sobre o papel do leitor e sobre o encadeamento das idéias. Aprendendo a escrever melhor e a ler mais atentamente, é reforçada nos participantes a sua cidadania e sua auto-estima, permitindo que atuem mais ativamente na sociedade.
Ao lado, podem ser lidos alguns dos textos resultantes do módulo 'Seres Imaginários', realizado entre agosto e setembro de 2007, na Biblioteca Temática Alceu Amoroso Lima.
Estou desenvolvendo um projeto de pesquisa e pretendo ,neste trabalho experimental com o blog - ferramenta de novas tecnologias de informação e comunicação- em parceria com a comunidade CIAM(http://www.comunidadeciam.blogspot.com/ ) ,de Marilia,verificar se será efetivo o uso da blogagem tanto entre tutores e redatores participantes da oficina de escrita e leitura Escrevivendo , atualmente na Casa das Rosas(2008), quanto entre possíveis escreviventes que não possam estar presentes fisicamente conosco. Bem-vindos!
Aí por volta de 1910 não havia rádio nem televisão, e o cinema chegava ao interior do Brasil uma vez por semana, aos domingos. As notícias do mundo vinham três dias depois de publicadas no Rio de Janeiro. Se chovia a potes, a mala do correio aparecia ensopada, uns sete dias mais tarde. Não dava para ler o papel transformado em mingau. Papai era assinante da Gazeta de Notícias, e antes de aprender a ler eu ficava fascinado pelas gravuras coloridas do suplemento de domingo. Tentava decifrar o mistério das letras em redor das figuras, e mamãe me ajudava nisso. Quando fui para a escola pública, já tinha noção vaga de um universo de palavras que precisava conquistar. Durante o curso, minhas professoras costumavam passar exercícios de redação. Cada um de nós tinha de escrever uma carta, narrar um passeio, coisas assim. Criei gosto por esse dever, que me permitia aplicar para determinado fim o conhecimento que ia adquirindo do poder de expressão contido nos sinais reunidos em palavras. Daí por diante as experiências foram-se acumulando, sem que eu percebesse que estava descobrindo a literatura. Alguns elogios da professora me animavam a continuar. Ninguém falava em conto ou poesia, mas a semente dessas coisas estava germinando. Meu irmão, estudante na Capital, mandava-me revistas e livros, e me habituei a viver entre eles. Depois, já rapaz, tive a sorte de conhecer outros rapazes que também gostavam de ler e escrever. Então, começou uma fase muito boa de trocas de experiências e impressões. Na mesa do café-sentado (pois tomava-se café sentado nos bares, e podia-se conversar horas e horas sem incomodar ou ser incomodado) eu tirava do bolso o que escrevera durante o dia, e meus colegas criticavam. Eles também sacavam seus escritos, e eu tomava parte nos comentários. Tudo com naturalidade e franqueza. Aprendi muito com os amigos, e tenho pena dos jovens de hoje que não desfrutam desse tipo de amizade crítica.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Para gostar de ler – vol. V, crônicas. SP: Ática, 1996, pp. 06-07
A Odisséia também é atribuída a Homero. Enquanto a "Ilíada é a representação da vida guerreira e da época heróica, a "Odisséia" pode ser tomada como representação da vida doméstica, entremeada de narrações de viagens e de aventuras maravilhosas. Divide-se também em 24 cantos e contém 12.000 versos hexâmetros. Seu argumento pode ser assim sintetizado: As cenas iniciais passam-se em Ítaca, no palácio de Ulisses, que se encontra fora. Penélope, sua esposa, é assediada por inúmeros pretendentes, que lhe fazem a corte na suposição de que Ulisses tenha morrido. A deusa Atena, disfarçada num estrangeiro, exorta Telêmaco, filho de Ulisses, para sair em busca do pai. O jovem reúne o povo e solicita-lhe um barco. O povo vacila, deixando-se levar pela pressão dos candidatos à mão de Penélope. Atena surge novamente, agora na forma de Mentor, amigo de Ulisses, equipa um barco e parte com Telêmaco. Chegam a Pilos, na casa de Menelau. Nenhum deles, porém lhes dá informações sobre o paradeiro de Ulisses. Enquanto isso, Ulisses passa por aventuras fabulosas. Na longínqua ilha de Ogigia, vive extraordinário episódio ao lado da deusa Calipso, que por ele se apaixonara e que não o quer deixar. Mediante a intervenção dos deuses, o herói abandona a ilha edênica, partindo numa tosca jangada. Poséidon (Netuno) fá-lo naufragar numa ilha, habitada pelos feácios. É recolhido semimorto na praia por Nausica, filha do rei Alcino. Foi recebido na corte com honras e festins. Certa vez, ouvindo um aedo cantar episódios sobre a guerra de Tróia, comove-se relembrando o passado. Narra, então suas aventuras. Seu desembarque na ilha, hoje Sicília, e seu encontro com o gigante Polifemo, cíclope monstruoso de um só olho no meio da testa. Ele e seus companheiros foram aprisionados pelo ciclope numa caverna fechada por colossal pedra, que somente o monstro conseguia remover. Antropófago, ia devorando os companheiros de Ulisses, à razão de dois por dia. Ulisses diz para o gigante que se chamava "Ninguém", já arquitetando manhoso plano. Em seguida, proporciona-lhe generoso vinho. O gigante promete-lhe, reconhecido, que será ele a última vítima. Passam-se seis dias de expectativa e horror. Na sétima noite, aproveitando o sono de Polifemo, Ulisses vaza-lhe o único olho. O gigante acorda com brados pavorosos. Acodem os outros habitantes da ilha, mas ninguém pode entrar na furna por causa de pedra. Perguntam o motivo daqueles urros, e o gigante respondeu que "ninguém me mata, ninguém, na hora do meu sono, me oprime com um poder feito de astúcia". Os outros replicam que se fora "ninguém", fora a mão divina, e que restaria a Polifemo apenas a resignação. Pela manhã, quando o gigante, agora cego, desloca a pedra a fim de dar passagem aos seus grandes carneiros, cada gregos se ata contra a barriga de cada animal e podem dessa maneira deixar o pavoroso antro, sem que Polifemo previna a fuga. Em seguida, Ulisses visita outra ilha na qual habita uma feiticeira chamada Circe, que com poderoso vinho, tinha o dom de transformar homens em animais. Ela mudou os companheiros de Ulisses em porcos, porém, vencida pela astúcia do príncipe grego, acaba por desencantá-los. Chega o herói depois ao Orco, país dos mortos, e visita o Érebo (inferno). Conversa com várias sombras de falecidos conhecidos seus: sua mãe, gregos famosos como Agamenon (que lhe relata a tragédia consumada na perfídia de Clitenestra), Aquiles, Pátroclo, Ajax, Tântalo, Sísifo e até Hércules. Atravessa o mar entre Caríbdes, o insidioso redemoinho, e o rochedo Cila; amarra-se ao mastro do navio, mandando que seus companheiros colocassem cera nos ouvidos, e escuta os encantatórios e irresistíveis cantos das sereias. Os feácios, comovidos com a narração, proporcionam-lhe uma embarcação para regressar para Ítaca. Aí chega disfarçado de mendigo. Após vários acontecimentos, é reconhecido pela ama, por causa de uma cicatriz. Impõe-lhe silêncio. Os pretendentes não conseguem entesar o arco de Ulisses, que com esta arma os dizima um por um. É então reconhecido pela fiel Penélope e por seu pai Laerte, após uma ausência de 20 anos
Era briluz. As lesmolisas touvas Roldavam e relviam nos gramilvos. Estavam mimsicais aspintalouvas E os momirratos davam grilvos.
“Foge do Jaguadarte, o que não morre! Garra que agarra, bocarra que urra! Foge da ave Felfel, meu filho, e corre Do frumioso Babassura!”
Ele arrancou sua espada vorpal E foi atrás do inimigo do Homundo Na árvore Tamtam ele afinal Parou um dia sonilundo.
E enquanto estava em sussustada sesta Chegou o Jaguaderte, olho de fogo, Sorrelfliflando através da floresta, E borbulia um riso louco!
Um, dois! Um, dois! Sua espada mavorta Vai-vem,vem-vai, para trás, para diante! Cabeça fere, corta e, fera morta, Ei-lo que volta galufante.
“Pois então tu mataste o Jaguadarte! Vem aos meus braços , homenino meu! Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!” Ele se ria jubileu.
Era briluz. As lemolisas touvas Roldavam e relviam nos gramilvos. Estavam mimsicais as pintalouvas E os momirratos davam grilvos.
“Jabberwocky” ´´, poema de Lewis Carroll (1832-1898) ,traduzido por Augusto de Campos , em ‘Aventuras de Alice no país das maravilhas’( tradução e organização de Sebastião Uchoa Leite ,1980).
Velejadora (se o Amyr me convidar, parto agora para a Antártica), kibuttznikit,mediadora cultural, mãe, filha de Iansã & outras cositas mais.Idealizadora do Escrevivendo-oficinas de leitura e escrita para o cotidiano.
Adoro comer doce com salgado e confesso que sou indecisa na escolha de cores de sapatos.
Quando a dúvida é mais séria,às vezes ,jogo os búzios pela Internet...
Nenhum comentário:
Postar um comentário